sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Quarentena

 Mais que saudades das aglomerações, há uma saudade do conforto no peito, o quente de uma brisa comum, sentir o abraço de pertencer. 

Cada dia que passa eu me questiono mais onde eu pertenço. Hoje estou feliz onde estou, tenho dias agradáveis dentro de uma casa que não é a minha, experiências que nunca teria junto ao acalento de mãe, mas sinto falta. Sinto falta de mim, sinto falta de pertencer. 

Eu me questiono diariamente de onde vem essa falta, pertencer ao que? Num país com mais de 130 mil mortos, com mais de 3 Milhões de infectados eu me questiono até onde as minhas crises existenciais valem a pena. Vale a pena? Há uma crise instaurada não somente em mim, mas em todos uma sociedade que claramente deu errado. Até que ponto a gente vai aguentar e aceitar? Até que ponto eu vou aguentar? 


Eu quero de volta as brisas. Não importa, ninguém mais lê isso daqui.